Meninas, mulheres, amigas, filhas, irmãs...

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Blog feito por mulheres para mulheres!

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Não acredite nas revistas! Você é linda!

Oi meninas, como vocês estão!?! Espero que estejam todas bem!!!

Bom vocês ainda não me conhecem, então farei um breve resumo de minha vida para vocês:

Me chamo Janaína, tenho 26 anos, sou casada, moro em Itapetininga (interior de SP), fui criada numa família simples, porém bem estruturada, formada em administração de empresas, e etc... até aí tudo bem, tudo parece tudo normal...
O que poucas pessoas sabem, é que nem sempre minha vida foi assim, passei por situações que só eu e Deus sabemos, situações das quais não gosto de me lembrar, mas que nesse momento estou me abrindo aqui, para que não ocorra com vocês o que ocorreu comigo.

Tudo começou ainda na minha adolescência, todas minhas amigas começaram a menstruar, (ou como chamam, virar mocinha.) e em decorrência disso, todas sofreram mudanças em seus corpos, algumas mudaram radicalmente, outras pouco, no meu caso, eu não mudei quase nada. A atenção dos meninos para com elas havia também mudado, mas comigo não foi bem assim, enquanto todas saíam ficar com os meninos, eu focava nos meus estudos para não ficar com a cabeça vazia e ficar triste, eu era daquelas que tinha uma vergonha que não cabia em mim, falar com meninos parecia a coisa mais difícil do mundo, (mais difícil que prova de física! rs!), mas as coisas pioraram quando um dos meninos que eu conhecia começou a zombar de mim, (tudo porque eu não quis colocar o nome dele em um trabalho) ele me xingava, colocava apelidos em mim (tábua de passar, Olívia palito, vareta - todos referentes a minha forma física), todos riam, e assim fui me fechando, evitando me expor.

Eu usava duas calças jeans para parecer menos magra, ficava de blusa de moletom para não mostrar os braços finos. Cheguei implorar para minha mãe me levar em algum médico que pudesse me ajudar a ganhar peso. Cheguei a fazer um tratamento, e finalmente consegui sair dos meus 37 kg (Isso mesmo! Trinta e sete quilos!!!) isso aos meus 18 anos de idade!!! Dos 37, pulei para os 42 kg, sim eu sei, ainda é muito pouco para uma menina-mulher de 18 anos, com 1,58 m de altura, mas para mim era um enorme passo para começar a ser aceita pela sociedade. (Pelo menos isso era o que eu pensava...).

Os dias, as semanas, os meses foram se passando, e tudo o que eu ouvira era que se eu tava ganhando peso, só podia ser porque eu estava grávida! Juro! As más línguas não se contentavam, e mais coisas ruins eram ditas sobre mim. (Evitava até mesmo ir à casa de um parente ou conhecidos, usando shorts, porque sabia que iria ouvir piadinhas de mal gosto!)

Até que conheci uma comunidade no Orkut, na qual só tinham pessoas magras, e lá elas admiravam a magreza uma das outras. Eram consideradas lindas aquelas que tinham ossos "saltando", e ali fui muito bem aceita, algumas me chamavam de "thinspiration" (nome dado à quem era inspiração de magreza), e então meu mundo voltou-se completamente a esse grupo. As ácidas. Todos os dias estava ali conversando com elas, finalmente parecia ter encontrado meu lugar. Mas o que não percebia era o quanto isso me fazia mal.
Constantemente era postado desafios sobre quem consumiria menos calorias durante dias até eliminar "X" quilos, eu era boba e fui entrando nessa, até que cheguei a um ponto que quando me olhava ao espelho, sentia que estava pior a cada dia, quando comia algo que o grupo julgava ser "coisa de gordo", eu me sentia uma porca nojenta, uma gorda ridícula... automaticamente fui começando a "miar" (termo usado por bulímicas, para vomitar tudo o que comeu), nada era forçado, simplesmente nada mais parava em meu estômago, muitas vezes não tinha nada para miar e só saía água, sentia dores, muitas dores... não foi nada fácil essa fase em minha vida.

Um dia quase desmaiei, muito fraca precisei ser amparada por meus colegas de trabalho até um Posto de Saúde, lá tomei alguns medicamentos, fiquei tomando soro... e nesse tempo que fiquei lá, vi pessoas entrando e saindo do hospital, muito mal, mas muito mal mesmo, em situações deprimentes, as quais elas não tinham como evitar, simplesmente adoeciam, sofriam acidentes... e eu ali, passando mal por culpa única e exclusivamente minha. Foi quando mil coisas começaram a passar por minha cabeça, como num filme de retrospectiva. O que eu estava fazendo com minha vida? Por quê fazer isso? O que eu iria ganhar com isso? - Perguntas e respostas me vinham à mente. Foi quando falei CHEGA! Sou muito mais que isso! Sou mais que estereótipos, mais que essa maldita ditadura a que somos impostas do tal "corpo perfeito".

Corpo perfeito pra mim, é aquele na qual a pessoa vive bem, o qual ela se aceita, se ama, olha para o espelho e fica encantada. Ser saudável e feliz como você é.
Passei a me amar, a ignorar o que outras pessoas poderiam pensar ou falar sobre mim, ninguém está na minha pele para saber o que sinto. E assim foi como me aceitei.

Sabe meninas, depois que passei a me amar, me olhar com outros olhos, parece que tudo ao meu redor começou a vir a meu favor, conclui minha faculdade de Administração de Empresas, saí de um relacionamento conturbado, conheci uma pessoa maravilhosa, me casei. Hoje posso dizer o quanto sou feliz verdadeiramente! Tenho um marido que não cansa de me elogiar! E não, não sou perfeita, não aos olhos da mídia, mas pra mim e para ele. Isso me basta, me convence, me completa.

Amem-se meninas! Aceitem-se! Aproveitem o bem mais precioso que Deus pôde nos dar, nosso corpo, ornamentado por nossas almas... que quando puras, resplandecem todo seu brilho. (Conheço magrinhas de alma fraca, sem brilho algum, e gordinhas que brilham com os olhos, com o sorriso!)

Tudo depende de você! Da força que está aí dentro, lutando para sair e mostrar sua luz!!!

Bom meninas, vou ficando por aqui,

Um mega beijoooooo pra vocês!!!

Jana

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